As vezes olho
a parede branca
de meu quarto.
Só olho,
sem ver nada.
Sem ver os rabiscos
sem ver minha infância.
Outras, apago a luz
e "não olho"
a luz azul
do eletrônico.
Letras, as vezes
passam diante
de meus olhos.
E passam,
infelizmente apenas
passam.
Noutras vezes caio
ou me jogo
Lá de cima,
do alto de meu
castelo
Caio,
em cima das sapatas,
sem alpargatas
ou guarda-chuvas
Me esborracho,
Sem borracha
pras novas linhas.
Na verdade
nem caio nada,
apenas olho
sem ver nada
a invernada
que não deixa
a grama crescer.