segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Para onde venta os ventos do oeste?

Papel caneta sob a mesa
Mapas e luz na mente
Com a força de xamã
Que se faz espelho

Mapa e acaso
Filtro de deus
Olho dos sonhos
Traçando intersecções
Traçando paralelos


Vento oeste da janela
Agora levando leve
Já que bagagens
apesar de muitas
pesam quase nada





terça-feira, 24 de maio de 2016

Tem muito espaço livre
tem muita palavra pra ouvir 
tem muita linha pra escrever 
tem muita sede pra matar
tem muito barulho pra silenciar
tem muita rua pra confundir
tem muita história pra dúvidar
tem muito relógio pra controlar
tem muita luz pra cegar
tem muita sombra pra esconder 
tem muito pensamento pra perder
tem muito vínculo pra sustentar
tem muita dúvida pra burlar
tem muita causa pra assumir
tem muito canto pra correr
tem muita intensidade pra consumir
tem muita vida pra nascer
tem muita beleza pra contemplar
tem muito olho pra brilhar
tem muita pele pra arrepiar
tem muita raiva pra prover
tem muita emoção pra conter
...
tem muito amor pra transbordar




quarta-feira, 11 de maio de 2016

Clamo pelo ponto chave
Arranco os parenteses
com travessões
Interrogo as reticencias

Vírgula
Nunca ponto final
No máximo
Ponto e vírgula

Pronto
Esteja pronta pra vir
Traga tua gula

Vírgula
Nunca ponto final

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Teu abraço junta meus cacos
Teus olhos iluminam meu rumo
Hipnotizam meus sonhos
Teu toque me tira do caos

Li teus segredos
Tracei todos os planos
Pois o amor não conta as horas
Nem mede em metros

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Quebra-cabeça de mim mesmo
Me largo em peças
Em qualquer canto
Em tantos cantos
Cantos de timbre agudo
Há peças em inúmeros lugares
Encaixadas noutros quebra-cabelas
Jogadas no canto
Guardadas no melhor lugar da sala
O vento deve ter levado várias
Outras cuidadosamente guardei em baixo do travesseiro
...