sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Queria inventar palavras
Mas tenho medo de parecer louco
Faltam adjetivos
pra descrever os substantivos
que substituem-se
em cada ciclo do sol

Um frágil muro
protege do mal sempre combatido
Um sorriso de dentes frágeis
pintam um falso dia
fingindo um tempo
de colheitas fartas

Rouco de tanto gritar
Pra expulsar as batidas do peito
Gritando múrmuros indecifráveis

Nem tudo faz sentido
Ou faz e não percebo
Gritos surdos chegam e somem

Há sempre uma diferença
Entre que se ouve e o que se vê

Pode ser que falham
meus olhos e ouvidos
Pode ser que falha a raça humana


Dizem que em momentos tristes/revoltantes/repugnantes/esquecíveis/abomináveis 
as palavras vêm com mais fluidez, poisé...


Vomito

Noites mais arrastadas
Madrugadas mais longas
Longas horas vazias
Sono sem dormir
Pressa que não faz vir
Barulho incapaz de ouvir
Não sei se esse é o jeito certo
Pode demorar para sair
Amanhã vejo outro lugar
Noutro lugar comum
Amanhã morro noutro lugar
Num desorganizado turbilhão
Apagão mental
Catalizador mental
Tudo isso
dançando num giro do ponteiro.



domingo, 9 de dezembro de 2012

Blefe

Nesta minha pocilga de palavras
Desenho meus sonhos
Aproximo as estrelas no meu céu
Com a ilusão de controlar o tempo

Acariciando minhas lágrimas
Em meu próprio rosto
Já cansado de esperar
Já cansado de sonhar

Bravamente Creio
Não na oração
Talvez num dragão
Fantasiado de moinho

Creio,
Não sei em que
Não sei pra que
Mas me sinto estranhamente forte
Blefe??