segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Em todos os cantos
Todas as frestas
Buracos de luz
Sonhos alheios, criações
Procuro a cor de cada detalhe
Sentindo inflar e fluir
Esforço que cria calma
Não existem outras estradas 
Estas levam à nada
Há vários kms nas costas
E ainda sola em meus sapatos

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Nunca cala

Pergunta que não quer calar:

Entendendo o hábito como um comportamento habitual aprendido, que se repete automaticamente, sem se pensar em como executar, sem planejar, sem criticar, geralmente um ato inconsciente, que o cérebro usa pra poupar energia e fazer suportar, questiono: quão saudável é deixar a rotina, o status quo tornar-se hábito, tornar-se frívolo, enquanto a vida bate ali fora, enquanto o vento bate pra um vôo?

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Leve como pluma
Fagulha de vida
Ainda flamejante
Como faísca
Que do fogo trisca
Chegaste de espanto
Pra reacender
Aquecer
Plantar sonhos
Que tão logo apagaram
Como faísca flamejante

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Para onde venta os ventos do oeste?

Papel caneta sob a mesa
Mapas e luz na mente
Com a força de xamã
Que se faz espelho

Mapa e acaso
Filtro de deus
Olho dos sonhos
Traçando intersecções
Traçando paralelos


Vento oeste da janela
Agora levando leve
Já que bagagens
apesar de muitas
pesam quase nada





terça-feira, 24 de maio de 2016

Tem muito espaço livre
tem muita palavra pra ouvir 
tem muita linha pra escrever 
tem muita sede pra matar
tem muito barulho pra silenciar
tem muita rua pra confundir
tem muita história pra dúvidar
tem muito relógio pra controlar
tem muita luz pra cegar
tem muita sombra pra esconder 
tem muito pensamento pra perder
tem muito vínculo pra sustentar
tem muita dúvida pra burlar
tem muita causa pra assumir
tem muito canto pra correr
tem muita intensidade pra consumir
tem muita vida pra nascer
tem muita beleza pra contemplar
tem muito olho pra brilhar
tem muita pele pra arrepiar
tem muita raiva pra prover
tem muita emoção pra conter
...
tem muito amor pra transbordar




quarta-feira, 11 de maio de 2016

Clamo pelo ponto chave
Arranco os parenteses
com travessões
Interrogo as reticencias

Vírgula
Nunca ponto final
No máximo
Ponto e vírgula

Pronto
Esteja pronta pra vir
Traga tua gula

Vírgula
Nunca ponto final

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Teu abraço junta meus cacos
Teus olhos iluminam meu rumo
Hipnotizam meus sonhos
Teu toque me tira do caos

Li teus segredos
Tracei todos os planos
Pois o amor não conta as horas
Nem mede em metros

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Quebra-cabeça de mim mesmo
Me largo em peças
Em qualquer canto
Em tantos cantos
Cantos de timbre agudo
Há peças em inúmeros lugares
Encaixadas noutros quebra-cabelas
Jogadas no canto
Guardadas no melhor lugar da sala
O vento deve ter levado várias
Outras cuidadosamente guardei em baixo do travesseiro
...

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Palavras dispensadas
Inúteis junções fonéticas
Não as ouço, não consigo
Gritam mais alto
A poesia dos teus olhos
A música das nossas peles
Compassada pelos sons dos arrepios dos pelos




quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Mesmo tendo a gente mudado
de cabelo cidade e namorado
Mesmo meu cabelo tendo crescido
o teu encolhido pra depois se inverter
Mesmo que tu tenha trocado o rumo
e eu agora esteja pra esses lados
Mesmo tendo a gente caminhado
por caminhos sombrios
Mesmo que tenhamos dificultado tudo
tentado esconder de nós mesmo
Mesmo que não exista mais nada
nosso mundo eu ainda mantenho guardado

quinta-feira, 23 de julho de 2015

misturar os fluidos
os caminhos os braços
a pele o cheiro os sorrisos
as visões

alterar o fuso 
perder o senso espacial 
achar a conexão atemporal 
aconchegar 

segunda-feira, 9 de março de 2015


...nem cá
ainda nem lá

Como tronco de árvore
Descendo pelas águas de um rio
Com as raízes ainda fincadas na terra
Ainda me é possível o mundo
O mundo dos meus próprios olhos

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Espelho

Sou teu sorriso
tuas alegrias
tuas lágrimas
teus olhares
teus blefes
teus devaneios
tuas vontades
teus objetivos
teus arrepios
teu tesão
tua veia
teu pulsar
Sou teu ser
Sou teu eu mesmo
Sou
Somos


Mais palavras para Beatrice

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Pra alguém como eu
De fala fácil
Simples sempre foi
Falar de mim mesmo
Vomitei nos mais distintos colos
tudo o que tem aqui dentro.

De fala fácil
Abri meu peito
De peito aberto
Abri minha mente
De mente aberta
Lutei contra mim mesmo
Rompido comigo mesmo
me refiz.

Uma rolha mal posta
Que permite o oxigênio entrar
Fez o tempo oxidar minha liberdade
Oxidou-se minha esperança
Ainda falo fácil
Mas se libertam singelas palavras tolas

Como um curinga num baralho
Sem número nem naipe
Como um estrangeiro num país estranho
Sem dicionário nem mapa
Em uma casa vazia
Numa cidade com as estradas fechadas
Não encontro ouvidos pra mim mesmo
Os gritos silenciam-se


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Somos dois navegantes
Navegando cada um em seu barco
Ambos mirando o mesmo alvo
Cada um em sua rota

Em ilhas aladas ao mar
Dentre puteiros de almas
Com as feridas abertas ao sangue
Bebemos rum com hortelã

Atracados
Apenas à bebida
Com migalhas de breves devaneios
Apenas doces lembranças
Nunca mais
Mapas e bússolas.


Ideia iniciada no twitter, moldada, enfeitada e gravada aqui.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

destinos se cruzam
e seguem seus caminhos
cada um prum lado
vezes de lado a lado

palavras se cruzam
se enrolam
cada uma com seu timbre
vezes prontas pra vibrar no mesmo tom

olhares se cruzam
se fundem
cada um com sua obscuridade
vezes mirando o mesmo fio de luz

sonhos pré-fabricados se cruzam
se perdem cegos
ausentes de conteúdo
vezes se enchem
de remédios que não curam
de alívio enganador

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Flertando entre o presente e o passado
Com passos hora em firme solo
Hora em quente areia
Perdidos em tudo
Entre todas as coisas mutáveis
Como carros rápidos demais
Que correm, apenas correm
Numa estrada desconhecida
Que permaneçamos estáticos!
Andando de mãos dadas, estáticos!


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Me fiz sentinela
de teu sono
Guardando o silêncio
pra calmaria da noite

Protegi teus sonhos
pra que corressem livres
pela estradas do inconsciente

Esperei que passassem as horas
pra outras horas nos juntar
Preu sentir na pele
teu calor
Preu cuidar de novo de ti
de teus sonhos

Sentinela sou
Pois sinto nela
parte do tudo
peça de quebra-cabeça

sábado, 26 de outubro de 2013

Multiplicamos

Vem
Multiplicamos
Por que a vida não é subtração
Por que nada deve excluir o que tem de ser escrito

Vem
Multiplicamos
Por que o mundo a gente desenha
Por que nosso mundo é só nosso
É nosso rabisco...

Vem
Multiplicamos
Por que nosso desenho não é exclusivo
Por que o "nosso" pode ser de quem quiser

Vem
Multiplicamos
Porque subtrair é perder
Por que o mundo é adição

Vem
Multiplicamos
Por que egoísmo é do contra
Por que sentir é a favor

Vem
Multiplicamos
Por que sem egoísmo tudo mais leve
Por que desapego é viver
Por que o que sinto é viver
Por que não quero subtrair sentimentos
Por que...
Não há explicação.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Derrota

Perco pra mim mesmo
No luta constante pelo prumo
Aqui no escuro
Na nudez que só paredes enxergam
Perco no grito
Perco com o gato
Perco satisfeito
Perco feliz
Como quem perde o emprego
Mas ganha um mundo de liberdade
Porque perder nem sempre é ruim!

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Risca de giz

As palavras mentem
Mesmo os versos mais lindos
O prazer mente
deixa lacunas
E arde,
como sal em ferida carne viva

As palavras se apagam
como giz em quadro negro
...sempre escrevo com giz

Desenho a giz
planos e histórias
Pinto desejos e tristezas
Com giz,
sempre com giz
Como sempre fiz
Tudo e nada no mesmo instante
Mutável certeza
Equilíbrio constante

No chão em que piso
Ficam os rastros de giz
Pra alguém me encontrar
Ou pra pra riscar uma nova linha



quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Sim e não
Sol e lua
Noite e dia
Mar e céu
Grito e silêncio
Tudo e nada
Certeza e dúvida
Força e silêncio
Luz e escuro
Nobre e comum
Ao mesmo tempo
Em tempo nenhum
Misturado
Lutando por espaço
Como o sol empurrando a noite
Que resiste e imortaliza-se o breu..
..que se se dissolve e perpetua-se a luz..
..que nada ilumina





segunda-feira, 29 de julho de 2013

Palavras são
...só palavras!
Sempre só palavras
Nunca sentimentos
Nunca atitudes
Nunca abraços
Nunca paixão
Sempre palavras.

minha primeira besteira escrita no meu
novo quadrinho de besteiras.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Empatia

E quando a terra derreter
em arreia movediça?
E quando as cores ficarem opacas?
E quando os sonhos acordarem
em apenas sonhos?
E quando a luz não iluminar?
E quando os óculos não corrigirem?
E quando a linha desaparecer?
E quando a lapiseira não riscar?
E quando a tinta acabar?
E quando o álcool evaporar?
E quando o futuro der a volta?
E quando o passado voltar?
E quando o vento não carregar?
E quando a corrente não mais prender?
E quando tudo for nada?
...
E quando o 'quando' tornar-se agora?

sábado, 29 de junho de 2013

Exclamação!

Compartilhando o mesmo ar
uma ponte de saliva
junta nossos sonhos alados
Marcas roxas
escrevem na pele
a memória dos sentidos
Que como em areia movediça
se enterram em interrogações
Que como em chão de rocha
se impõem em exclamações!




quinta-feira, 6 de junho de 2013

Bodas de cinzas


Que no dia de meu suicídio
Já com meia faca fincada em meio pescoço
Ou no meio do vôo pelos ares
Eu não me arrependa e tente voltar
Batendo assas que não existem
Estancando sangue que brota de todo lugar

Sei que em meu velório
Comemoração da hipocrisia
Algumas pessoas vão chorar
Ao invés de, enquanto vivia
Terrem sorrido comigo
Acariciarão minha face gelada
Talvez com pena
Talvez com pesar e arrependimento
Por não terem feito isso
Enquanto ela ainda quente estava

Dali uns dias, anos
Entre uns drinks e palavras vãs
Pode ser que eu seja lembrado
Por uma frase feita
Ou por uma ideia desferida
Por um beijo não dado
Ou uma noite bem vivida
Por um olhar penetrante
Por um cine-pôr compartilhado
Por buscar um mundo melhor
Por ter morrido frustrado
Mas ainda com brilho no olhar
Se lembrado for
Serei um cadáver sorridente


quarta-feira, 22 de maio de 2013

Alheio a tudo
Até que eu queria estar.
Não enxergar nada além
Ao fixar um ponto no olhar.

Até tento
Com bastante força
Mirar só pro meu espelho
Num lapso de egoismo sem fim
Mas meu espelho reverbera mais que meu reflexo.

Até tento
Com bastante força
Me esconder de tudo
Mas meus tijolos
São bolhas de sabão
Mas minhas correntes
são espuma de carnaval

Nessa, tento me livrar da prisão
Prisão? Meu cadafalso sou eu
Eu, prisioneiro de mim mesmo
Condenado por mim mesmo
Livre por mim mesmo.

Contraditório não? Preso por mim, livre por mim. Mas é isso ai...

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O dia que não vivi

Não sonhei
Não olhei
Não senti
Não cheirei
Não chorei
Não nasci
Não morri
Não acordei
Não dormi
Não pensei
Não recebi
Não doei
Não odiei
Não amei
Não sorri
Não berrei
No dia em que não vivi
Não respirei
O tempo não existiu
Nem me mexi
Mas tudo passou tão rápido
O dia passou tão rápido
Tudo passou
passou
Sem eu ter vivido

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Perdão

Relendo um livro antigo,
presente sincero,
recebido de pessoa querida
Me dei conta que certa vez,
rasguei a página da dedicatória,
num dia desses que agente deve esquecer,
tomado por uma cólera sem fim.

Me arrependo até o último fio de cabelo
me abraça agora uma cólera ainda maior
um arrependimento insuperável
Por tentar apagar os lindos momentos vividos
Os nobres sentimentos compartilhados

Que essas breves linhas
Escancarem  toda minha vergonha
Todo o meu asco por mim mesmo
Por tentar esconder um sentimento tão belo
Que não vingou, não deu frutos, é verdade
Mas que está guardado, ali no canto escuro
Junto com todas as outras coisas proibidas
Como uma lembrança doce de um passado belo.



sexta-feira, 19 de abril de 2013

Beatrice

Você vive na minha imaginação
Mesmo eu não tendo imaginação
Você é fruto de mim mesmo
Mesmo que eu não seja ninguém
Você é tudo
Mesmo quando o tudo é nada
Você é minha criação
Mesmo que eu nunca tenha criado nada
Você é meu maior objetivo
Mesmo quando não tenho objetivos
Você existe!
Mesmo não existindo existência alguma.

sábado, 2 de março de 2013

Som negro da caixa vazia de minha cabeça com cheiro de álcool evaporado e sabor de abacate com limão

É um quebra-cabeças
Que se joga ao chão
Pra torná-lo a montar
Igual ao que era
Diferente do que sempre foi

Poderia ser um muro
Um teatro mágico
Um bafo de fumaça
Um porão de adrenalina e suor
Que escorre das mãos sangrentas
De tanto socar, quebrar
Arrancar a força 
O que se tem de mais íntimo.

Pode ser o que agente quer que seja...

Pra mim,
É um quebra-cabeça
Apesar do charme do clube
Da beleza da metáfora do teatro
E dos belos e convincentes discursos

Logo,
Prefiro fazer como Aureliano
Desmontar e montar o quebra-cabeças
Eternamente e a todo o tempo
Encontar no final sempre e nunca o mesmo desenho
Sempre a mesma imagem 
Nunca a mesma imagem


Resquícios da noite passada, que não deveria ter acabado, 
que ainda não acabou, que nunca vai acabar



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Oferta

Te ofereço meu braço
pra tu usar como travesseiro
Meus sonhos
pra que sirvam de alento
Minha mão
pra que use como escudo
Minha pele
pra te acalmar a raiva
Meu cabelo
pra passar o tédio
Meus olhos
pra que tu faça um espelho
Minha língua
pra saciar  a voracidade
Minha boca
que tu pare no tempo
Meu sexo
pra que alcance o exctase pontual
Meus pés
pra misturar com as poeiras dos seus
Minhas cicatrizes
pra que costures o futuro
Meu coração
pra que tu faça o que bem entender.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Sendo eu mesmo

Ser eu mesmo
Difícil por si só
Por ser
Quase impossível saber
O que é 'Eu Mesmo'

Ser eu mesmo
É aceitar eu mesmo
Aceitar oque eu digo
em silêncio
pra mim mesmo

Ser eu mesmo
É viver inquieto
A todo o tempo
A toda prova
A toda questão

Ser eu mesmo é Ser
Simples ser
E hoje sei
Estar contigo
é ser eu mesmo

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Esperando por notícias suas
Por suas palavras cruas
Agarrando as ideias pelos cabelos
pra que não fujam no escuro
Que o momento dure
pra muito além da minha insônia
pra muito além dos meus imediatos desejos
querendo que se pague agora
com juros
o tempo perdido.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Sofro navalhas cortantes
que arrancam da carne
mais [muito mais] que jorros sangue.

Sofro sorrisos amarelos
Risos e crenças na luz no fim de tudo
Tão verdadeiras
Quanto potes de ouro no fim do arco-íris.


Meus ouvidos
Não querem ouvir minha voz grave.
Esperam doces timbres.




sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Queria inventar palavras
Mas tenho medo de parecer louco
Faltam adjetivos
pra descrever os substantivos
que substituem-se
em cada ciclo do sol

Um frágil muro
protege do mal sempre combatido
Um sorriso de dentes frágeis
pintam um falso dia
fingindo um tempo
de colheitas fartas

Rouco de tanto gritar
Pra expulsar as batidas do peito
Gritando múrmuros indecifráveis

Nem tudo faz sentido
Ou faz e não percebo
Gritos surdos chegam e somem

Há sempre uma diferença
Entre que se ouve e o que se vê

Pode ser que falham
meus olhos e ouvidos
Pode ser que falha a raça humana


Dizem que em momentos tristes/revoltantes/repugnantes/esquecíveis/abomináveis 
as palavras vêm com mais fluidez, poisé...


Vomito

Noites mais arrastadas
Madrugadas mais longas
Longas horas vazias
Sono sem dormir
Pressa que não faz vir
Barulho incapaz de ouvir
Não sei se esse é o jeito certo
Pode demorar para sair
Amanhã vejo outro lugar
Noutro lugar comum
Amanhã morro noutro lugar
Num desorganizado turbilhão
Apagão mental
Catalizador mental
Tudo isso
dançando num giro do ponteiro.



domingo, 9 de dezembro de 2012

Blefe

Nesta minha pocilga de palavras
Desenho meus sonhos
Aproximo as estrelas no meu céu
Com a ilusão de controlar o tempo

Acariciando minhas lágrimas
Em meu próprio rosto
Já cansado de esperar
Já cansado de sonhar

Bravamente Creio
Não na oração
Talvez num dragão
Fantasiado de moinho

Creio,
Não sei em que
Não sei pra que
Mas me sinto estranhamente forte
Blefe??


sábado, 24 de novembro de 2012

Contradição

Do que me adianta agora
os ponteiro se acertarem
as rotas se aprumarem
e os sonhos se alinharem 

Vale alguma coisa
chutar num gol
depois do apito final?

Pra que tentar acender o fogo 
com a chuva já rolando?
Se lançar ao mar
já seco pelo ferrenho sol escaldante?

Por que regar as flores de plástico?
Mudar o curso da história?
Aceitar aos gritos
O que os sussurros não foram capazes?



quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Compêndio

Olhando a noite fechada
e enxergando o nascer do sol
Num dia qualquer
Num dia distante e talvez inexistente

Tal como areia movediça
Sugam minhas energias
Todos seus olhares
Embriagam minha vil segurança
Cada tola resposta não dada

Faltam adjetivos
pra descrever os substantivos
que substituem-se
em cada ciclo do sol

Sobram dúvidas
Sobre uma ponte rompida
Sobram sonhos
Voando nas suas asas
Hoje tão próximas
Ontem vez tão distantes

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Esquina

Parado numa esquina
Olhando os transeuntes
Que vão ou não
Que param ou correm

Uma esquina
Ângulo reto
Nem tão reto
Nem tão certo

Esquina que passa
Que chega novamente
Se repete
Vem e volta
Vai e fica
Chega e some

Esquina
Chegando ao montes
A cada tic do relógio
Saindo ao berros
A cada pálpebra que se fecha.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Mira

Tua balança
Teu martelo
Pendem pra apenas um lado

Mire teu canhão
pro meio do peito do carrasco.

Na ponta do iceberg
Toda a maldade dos atos
Enquanto no fundo do mar
Outro mal é esquecido

Mire teu canhão
pro meio do peito do carrasco.

Se isso te faz bem
Largue-se nas minhas largas costas.
Passe o teu peso apenas pro meu lado.

E...
Mire teu canhão
pro meio do peito do carrasco.

Olhe apenas prum lado
Pra um falso conforto
E continue
a não subir a montanha
a não aprofundar o pensar

Mire teu canhão
pro meio do peito do carrasco.
Mire...




quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Alguma coisa nenhuma

Em noites mal dormidas
Acontece o melhor da vida
E também as fotos mais belas
De risos sem razão

Alguma coisa
Ou coisa nenhuma
Grita por mim
Gruda em mim

Nos dias mal acordados
A lembrança entorpece
A realidade desanima
Mas a esperança se renova

Alguma coisa
gruda em mim
E coisa nenhuma
Altera meu rumo


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Grito surdo

A palavra não dita
por vezes se faz escrita
Assim, se perde
Não em ouvidos
mas em caracteres
impotentes

O cursor não dita o curso
Nem potencializa
um grito de revolta
Como outrora fazia

Nem ida nem vinda
Torna-se o ódio, latente
Mascara-se a dor
Cala-se as inquietudes
Num falso aconchego de luz
Num ardiloso descanso
Prostrado, incapaz



terça-feira, 4 de setembro de 2012

Palavras para alguém

Eis então, o silêncio
Quebra-cabeças
das quais largo peças
aqui e aquolá.

Silêncio gritante
Som inquieto
que não deixo ultrapassar
os muros de meu consciente

Caro silêncio,
te guardo com pesar
Apesar querer
gritar-te ao mundo
Mas só a um ouvido
Deveria chegar

Caro silêncio,
me faço mudo
Mas abro meus braços a alguém
Se um dia este alguém
te escutar.

Queria, com toda as minhas vontades, te tirar daí. Nos teus olhos
vejo uma angústia que não desejaria a ninguém. Mas nesta areia
se afundas cada vez mais, e não vejo que tenho o direito de te 
'ajudar' a sair desta areia movediça. Me sinto impotente. Mas
escolher o destino de outro alguém, não é algo que posso fazer.
Gracías.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

E ponto (tipo um grito de ordem saca?!)

Sou assim e ponto
Nunca ou quase nunca
Lembro do meu sonho
Ou será que nunca lembro
do meu pesadelo?
Não sei pouco importa
nunca lembro mesmo

Nunca lembro onde ponho coisas
Por isso ponho tudo em todo lugar
Carrego tudo ou quase tudo
Pronde o pé apontar

Tenho miopia
Uso óculos de correção
Que por vez ou outra
não desembaça a visão

Vou no circo
toda quarta e domingo
Deixo minha cabeça fora
Mas levo minha goela
E abro-a constantemente
A cada vil emoção

Curto endorfina
Sou viciado nela
dependente

Dependo de poucas coisas
Depende o dia
Se está no trilho
ou se está dependurado
Ainda assim dependo de pouco
Apenas algum sopro de vento
e umas migalhas de sorriso

Vejo que há ainda
muito chão pela frente
Não sei pode ser
Ele as vezes falha
o óculos

Sei que sou assim e ponto
Ponto e vírgula talvez interrogação
Ou três juntos
Sou assim e ponto
Pronto




Eis uma pequena leitura feita por mim sobre mim mesmo depois de
anto pensar em mim estando comigo mesmo fechado em meu quarto
a vários dias olhando minha cara no meu espelho que também refletia
fotos minhas em meu tempo espaço e mundo. 



segunda-feira, 21 de maio de 2012


As vezes olho
a parede branca
de meu quarto.
Só olho,
sem ver nada.
Sem ver os rabiscos
sem ver minha infância.

Outras, apago a luz
e  "não olho"
a luz azul
do eletrônico.

Letras, as vezes
passam diante
de meus olhos.
E passam,
infelizmente apenas
passam.

Noutras vezes caio
ou me jogo
Lá de cima,
do alto de  meu
castelo

Caio,
em cima das sapatas,
sem alpargatas
ou guarda-chuvas

Me esborracho,
Sem borracha
pras novas linhas.

Na verdade
nem caio nada,
apenas olho
sem ver nada
a invernada
que não deixa
a grama crescer.


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Quais?

Pra onde mirram seus olhos?
Quais luzes
refletem em suas retinas?
Quais, ao espelho
reluzem?

Em quais tapetes
escondes seu pó?
Em quais cantos
guardas suas memórias?

Quais ecos ressoam
nas paredes de seu quarto?
Quais gritos descansam
na cartilagem de seus ouvidos?

Quais sonhos
se perdem no escuro?
Nas costas de suas pálpebras,
quais figuras figuram?

Quais mundos surgem
no final da subida?
Qual a altura do tombo?
da queda?

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Óculos


Minhas palavras,
são sempre de última hora
sem massa corrida
ou tinta fresca

Da mesma forma
minha idéias,
evasivas ou concretas
Sempre de última hora
Aparecendo e sumindo
na lente do meu óculos
a cada segundo



Impressão de que falta algns estrofes. Mas nada nunca (ou quase nunca) está 
completo e terminado, então vai assim mesmo, porta meia aberta caminho 
meio traçado!

domingo, 8 de abril de 2012

Metade

Abrir a porta de casa
Não traz a certeza
da chegada de alguém

Trilhar caminhos no mapa,
não garante a viagem

Dormir e sonhar
um mundo colorido
Não faz pintar com cores
o caderno de colorir

Querer dar um passo
Não gasta a sola do sapato
É só a metade,
um lado.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Nada não

Não é loteria
ou um jogo de cartas
bingo ou dados

Também não é estrada
com meio e fim
Rígida, vigiada

Não é música
nem teatro
Muito menos poesia

Não é samba,
nem rock
Nem perfume
nem mau cheiro.

Nem brisa
nem vento
Não é tudo
Não é nada.
Não é.
Nada.
Não.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Escuro

Ventos apocalíticos
Saindo das minhas [grandes] orelhas
Vindo do centro do céu
da janela do carro
ou da hélice do ventilador

Não sei de onde tudo vêm
nem pra onde vai
Mas ventam de todos os lugares
Pra todos os horizontes
Visíveis ou não

Ouço uma palavra doce
Sinto um tapa na fuça
Minha mão sendo agarrada
e levada pra janela

Curto os segundos
o vento na cara...
Vindo do chão
Reto
Resistindo inutilmente
Como um prêmio
pela coragem

Curto a demora dos segundos
passando como horas
Curto a viagem de alguns metros
que parecem  quilômetros
Infinitos
Como uma condenação
pela covardia

Escuro
Tá tudo escuro!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Ainda

Ainda
sinto teu cheiro
em meu travesseiro

Ainda sinto
teu olhar
apontando a mim
quando entro na sala
nesta ou naquela.

Ainda
os mesmos medos
aparecendo
na soturna escuridão

Em meio a copos
de barata bebida
Ainda as mesmas certezas
belezas cinzas
Ainda...


Meu time inicia este ano com os mesmos jogadores do ano passado.
Todos dizem que este é o melhor reforço do meu time. Da mesma
forma, eu inicio este ano da mesma forma que ano passado. Meu time,
foi teve pedras no caminho mas foi campeão no final. Da mesma forma,
foi meu ano, com pedras, fantasmas e fumaça, mas no fim do ano,
fui "campão". Este ano, espero retirar as pedras e tudo mais e voltar
a ser "campeão". Feliz 2012! Digo isso sabendo que a felicidade não
depende dos meus votos ou dos de quem quer que seja, mas sim de nós
mesmo, até na pior das hipóteses! É o que penso eu e alguns personagens
de alguns bons livros que li ultimamente: Jean Valjean e Wilde (sim, Wilde
não é personagem, mas é como se fosse).  

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Vazio

Tantas imagens
Sons e pensamentos
Embaralhando os olhos
que nada vêem.

Tantos mundos
sonhos, estradas
Vozes
Que nada me dizem
Nem um sinal
Nenhuma direção.
Nenhum abraço

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ampulheta

Viro a ampulheta
e brincando comigo
Teima em não cair
a areia.

Por vezes
cai tão depressa
E não vejo 
oque Ela impressa 
em seus olhos
cor de mel

Inconstantemente
a areia para, tranca
Como se as âmbulas
estivessem obstruídas.
Por um olhar, 
por um segundo
Por uma visão
por um milhão.

E então
Eu corro ou ando
ao sabor dos sentidos
percepção.
Acelero ou freio

Com minhas
Ampulhetas e clepsidras
Água e Areia.
Números e ponteiros
Sombras e Sois
Carregadas,
Guardadas em meus bolsos
A qualquer tempo
A qualquer velocidade!

sábado, 5 de novembro de 2011

Cavas

Som,
Cor
Cheiro,
Delicadeza
Amor,
Admiração
Simplicidade,
Leveza,
Humanidade
[...]
Não deveriam,
Em brancas
folhas de papel
ou arquivos
TEXISTE
Ser apenas
devaneios
Ou palavras
cavas.

domingo, 25 de setembro de 2011

Fechar de olhos

Não sei se vale a pena
gastar a ponta do meu lápis
escrevendo o que
penso as vezes.


Sentimento estranho,
indescritível.
Fragilidade e força,
juntos, 
no mesmo batimento.

Direto,
não queria sempre ser.
Mas em minha testa
está sempre pintado
o que deveria esconder.

Me pego as vezes
com medo disto,
e do mundo e de tudo.
Medo da próxima palavra,
da próxima ponta de lápis
do próximo abismo,
do próximo fechar de olhos...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Pinta

Pintou um pinta,
com uma pinta incrível
pintando sua vida
com cores mais vivas
e humanas

Pintando um mundo
com otimismo
Oferecendo a mão
e o braço também.
Salvação.

Ei pinta,
pintamos mesmas idéias
ideais e otimismo.
Afinal, nada é assim
tão ruim.

Então, pinta
pegue a sua mina
que pego a minha
Nossos ouros
e diamantes
Pra pintarmos
um mundo mais feliz.
e Humano!!


Levo de Porto Alegre um coração mais alegre e mais 
esperançoso, que ainda crê que um mundo melhor se constrói
com pequenas ações. Ampliando meus horizontes, tenho cada
vez mais certeza que tenho muito (quase tudo) do que preciso 
pra ser feliz, talvez precise retirar algumas vírgulas e vícios [de
linguagem ou não] pra alcançar tudo oque sempre sonhei. Mas
o caminho já está trilhado!!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ao Fim de Tudo

Não quero perceber
no leito de minha morte
que não vivi
entre todos meu dias
um minuto sequer.

Dos teus olhos
quero levar o afago
Deixar as lágrimas
e a fumaça que
turva nosso caminho.

Na minha estante
quero deixar as imagens
e símbolos de tudo
oque acredito.
Pra que talvez alguém
mais ou menos louco
continue...

Meus sonhos
que se transformem
em objetivos
Meu otimismo
em realidade.

E no fim de tudo,
que exista um sorriso
e que como um pote de ouro
no fim do arco-íris,
eu encontre-o
pra carregar comigo
como o maior dos tesouros.


Quando escolhi o título eu pensei, mas existe fim de tudo? 
Existe fim? Será que quando eu morrer será o fim? O meu fim,
é evidente, mas eu sou tão importante assim pra afirmar que
quando EU morrer será o fim de tudo? Acredito que eu tenho 
uma fórmula da eternidade, mas ela não depende apenas de
mim...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Mundo de Sofia

Maldito foi o dia
que entre um clarão
e uma forte escuridão.
Li, do meu primeiro livro
sua primeira linha.

Péssima decisão!
Me fez pensar,
confrontar,
enxergar além
de minha própria
máscara.

Se eu soubesse
que puto dia foi este
em todos seus aniversários
me vestiria de luto.

Afinal, sentar
em frente a tudo,
sempre foi a escolha de todos.
E quem sou eu pra
mudar o mundo??

Sofia, teu mundo
não passa de ilusão,
filosofia.
Não quero que o meu
não passe de sonho,
teoria, ideologia...

Será preciso sacrificar
minha felicidade
por querer e buscar
o bem?


Ironia: expressão ou gesto que dá a entender, em determinado contexto, o contrário ou algo diferente do que significa. Sempre fui irônico. Este poema nada mais é que uma ironia, pois oque quero dizer não cabe em versos. Mal cabe nas palavras. Eu sempre usei metáforas e comparações, além de tentar deixar tudo claro. Mas o que vivo as vezes me pede pra nada fazer, e deixar o mundo ser guiado por qualquer coisa que seja, boa ou má. Contrapondo tudo isto está minha consciência, as minhas idéias, tudo oque aprendi nos livros e nas conversas com as boas pessoas que me envolvem. Será que precisarei fazer uma reformulação em tudo oque penso e ser mais um entre todos? Ou devo ser eu mesmo mas pagando um preço muito alto por isto? Me vejo entre uma fogueira, na qual meus livros, meus cadernos de poemas, meus textos e até uma parte de mim está prestes a ser jogada e entre um lago negro e frio onde eu me vejo prestes a cair nú, tendo que nadar até seu outro lado. No céu, nada vejo. Venha me salvar?! Venha voando, podemos pegar tudo oque a nós pertence e voar. Se alguma coisa nos encher o saco, de lá podemos jogar ao chão. Mas venha...









Buraco Negro

Nunca entendi
um buraco negro
como o ar se move
nem os limites do universo.

Não quero saber
porque lagrimas são salgadas
nem porque
o fim do mundo
é tao perto daqui.

Não sei o porque
do inverno da alma
nem a existência
de correntes
que amarram os pés.

Sei muito pouco
ou quase nada.
E sinceramente
gostaria de não pensar
em nada disto.
As vezes.


Têm dias e situações que nos fazem pensar que seria 
muito bom em nada pensar. As vezes, tudo o que eu
gostaria era me deixar levar, pra onde quer que qualquer
vento sopre. Pensar é uma arma, que pode ser destrutiva ou
auto-destrutiva. Mas o que é melhor (ou menos pior?)
pensar e buscar respostas pra tudo ou se fechar frente
ao que nos confronta e não sair da nossa 'zona de conforto'?
Pago um preço muito auto por querer sempre ter as respostas. 


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Quebra-Cabeças

Tenho medo
que meus medos
sejam reais.
Ao invés de loucas
alucinações de um sono
quase chegando.

Não sou um
quebra-cabeças!
Mas queria ser.
Ou em mil pedaços
ao menos, me fazer.

Não tenho medo do mundo
nem do muro que pode
estar entre nós.
Sempre fui o senhor de mim
e quem sopra os ventos
que batem em minhas velas,

Mas,

Batem à minha velas
todo o tipo de vento.
Passam em minha rua
os carros mais coloridos.
[e os cinzas também]
Em minha mente,
há os medos mais
amedrontadores.

sábado, 6 de agosto de 2011

Moinhos de Papel

E quando o papel
não aceitar
toda e qualquer
coisa?

E se o espelho
teimar em não refletir
a cara que frente a ele se
coloca?

E se na mesma cena,
estrada, segundo
todas as idéias
ou todos os vazios
se encontrarem?

Saiba,
que os moinhos de vento
não são monstros.

Eles mal existem
mal são de papel.
Nem entre
terra e céu,
mal e bem
São maiores
que a menor das força
que sei que tens!


Nada pode/deve ser maior que o autocontrole, que a mente livre,
que a liberdade de se pensar ,fazer, querer, viver da forma que
se quiser. Tendo como unica necessidade oque realmente 
se faz necessário. Sem máscaras nem monstros que deveras são 
menores que um grão de areia ou menores que o existente.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Roda Gigante

As mesma ruas
os mesmos lugares
estórias iguais,
piadas sem graça.

O mesmo outdoor
com a mesma propaganda
em cores diferentes.

A mesma vida
Os mesmos sorrisos
que mostram
dentes diferentes.

A mesma alegria
em outra estação
A mesma poesia.
Roda Gigante!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Turbilhão

A noite chega
e o mundo para
Em meu quarto vago,
perdido entre lençois
Assito a tudo que passa
sem nada enxergar.

Enquanto tudo é cor
a névoa se mostra mais cinza
o céu mais turvo
a lua menos nítida
o escuro mais negro.

A faca numa mão
o afago noutra.
O relogio num pulso
em outro a algema.
Esperança nas palavras,
descrença nas lágrimas.
Uma passagem sob a mesa
E na cabeça, tudo!
Menos o destino.

O medo corroendo.
A fragilidade
expondo a carne.
A vida frente ao destino.
Uma cartada, um tiro.
Penalidade máxima!
Ultimo lance,
Golpe final.

domingo, 17 de julho de 2011

Angústia

A mesma moeda
com seus dois lados.
O mesmo segundo
com seus incontáveis
mundos.

Do céu ao inferno
em uma palavra.
A clareza
se embaça
em um suspiro.

Amor e ódio
se abraçam,
fundem-se.
Tornam-se iguais

Amo-te.
Odeio-te.
Ao mesmo tempo,
ao mesmo instante!

Como as duas
partes do yin-yang
Completamo-nos.
Ou com ódio
Ou com amor.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Catarina

Queria todos
os meus amigos
Todas as suas
ideias e os seus sorrisos
Do meu lado agora.

Junto com eles
gostaria de ver um filme
Onde nossas vidas
seria o tema
de cada cena.

Depois disto
eu ligaria um som
que de tão alto
toda a cidade
cantaria a nossa existência.

O mundo todo
neste momento
eu queria tocar.
E experimentar
o sabor de tudo.

Queria entorpecer
meus sentidos com
tudo oque possam me servir.
Pra que ao menos
em um segundo
eu não pense
no mistério de existir.


Só temos uma certeza na vida, a morte. E é certo que o conflito desta certeza
com a racionalidade é algo destruidor e inexplicável. A morte é algo simples,
direto e inevitável. Mas ao mesmo tempo é a coisa mais complexa, sinuosa
e apavorante que existe. Conviver com ela remete a um vazio tão louco 
que só a porra do tempo completa. A minha existência é praticamente toda
direcionada a entender e respeitar o tempo,  mas as vezes da vontade de
mandar tudo ao espaço, quebrar todos os relógios e viver em um mundo
irreal. Pois é muito mais fácil conviver com ideias do que com a vida que 
está aqui do lado do meu noteboock me esperando pra me espancar com
suas perguntas e medos! 

Neblina

Não é possível
Que as pessoas
Não saibam o caminho.
Porque não segui-lo então?
Medo? Impotência?
Falta de inteligência?
Olhos vendados?
Cabresto? 

Isto,
dificilmente 
algo explique.

Escrito com as vistas embaraçadas pela neblina de uma fumaça
densa, que sempre existiu, e que continua espalhando seu cheiro
de morte.


segunda-feira, 4 de julho de 2011

Anti-Herói

Não toco violão
Nem canto
serenatas
em sua janela.

Formulo teorias pífias
sem sentido
que se perdem
ao ultrapassarem
a porta de meu quarto.

Não penso
no futuro do mundo.
Nem em muda-lo
em um segundo.

Nada de sonetos métricos,
nem rimas perfeitas.
Nada de lutas e revoluções
Apenas lutas internas.

Não sou o dono do mundo
Mal sou o dono de mim
Não tenho as respostas
Mal tenho
um sorriso e um sim.

sábado, 18 de junho de 2011

Pequenas linhas


Já tem um tempo,
nossos sentimentos
se concretizaram.
Fazem muitos dias 
que os nossos olhos
sabem onde descansar.

Até as palavras, 
que por vezes
se mostraram 
desnecessárias, 
apareceram para
contemplar
nossas maos dadas

Regular o tempo
já não importa.
Se foi ontem, 
se será até amanhã.
Se o amanhã
realmente existirá.

Foi-se embora 
as angustias,
as falsas certezas,
os desalentos...
O presente 
está eternizado, 
o sorriso 
está marcado.

Mesmo distante
há o cheiro da alegria,
ainda fresca, 
recém aspirada.

Pequenas linhas
descritas, abstratas..
Cheias de amor, 
inerentes ao anseio
Na verdade 
agora apresentada.


sem mais...


rabiscado em parceria com C.A.B.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Todas as palavras, Todos os minutos.

Procuro sua voz
em meio a gritaria
Busco seu olhar
no caos de gente
louca e alienada.

E então
nossos dias estão
chegando ao fim?
Nosso prazo de
validade está expirando?

Nada com ser eterno
no presente segundo.
Todas as palavras,
todas os minutos
estão gravados.

Passe o mundo,
e que voe tudo.
Entre todas as vozes
de todas as pessoas,
vou procurar.

Mesmo que oque 
possa ser encontrado
seja apenas uma lembrança,
de cinco palavras
Perdidas na minha memória,
de um tempo que
é eterno.

Mesmo que
a felicidade possa ser
apenas um belo
sonho, numa bela noite
escura ou de luar.


Não adianta, oque mais me intriga, oque mais tira o meu sono e ocupa
minha mente é o tal do respeito ao tempo. É até chato e repetitivo, mas
a minha tranquilidade depende disto. Misture este respeito ao tempo, 
com a questão do futuro e do passado, e encontrará uma confusão
louca, que muito me atormenta, mas muito me acalma. 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Pra te tocar

Até que tudo
vire nada.
Que a rocha
se esfarele.
E o sonho
vire vida.

Pra ver a lua
pra ver a luz,
pro mundo ser
apenas teu e meu.

Pra não ver o tempo
pra te tocar,
até que a chuva
seja transfigurada
pelo paraíso.

Vou a casa tua,
que não sei
se já não é minha
Ao colo teu
que mistura-se ao meu
deixando homogênea
nossa pele e nosso sorriso.


Mais claro que isto apenas a luz da lua cheia no céu visto pela minha janela.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Transposição

Calma, meu caro
Amigo.
Pense, a vida pede mais leveza.
Imagine um mundo perfeito!
Tão ideal quanto nos filmes.
Algo assim pode existir?
Ou é apenas sonho?

Baita atitude é
Ir além dos sonhos!
Raramente isso acontece.
Oque mostra toda a esquizofrenia
Beije a  lona.
Implore por paz
De um passo firme, na terra
Já tão gasta pelas palavras.
Arrisque ultrapassar o mundo das idéias.
Não mude o mundo com os olhos fechados!


Estou tentado brincar com as palavras. Não sei se consigo,
mas é legal. Isto não é oque eu queria escrever hoje, 
meu Aurélio está de mal comigo, e me escondeu tudo
oque poderia traduzir meus sentimentos. Pra não deixar
o vazio tão vazio, algo mais amplo e menos peito aberto!

sábado, 16 de abril de 2011

Descendência

Fotos de sorrisos amarelos,
que escondem
uma vida de
conturbadas atitudes.

Quadros na parede
que maquiam
a hipocrisia,
por esquecer
todo o mal causado.

Amigos na vida social,
hoje regrada,
com a intenção
de desculpar-se,
tornar-se vítima[?]
depois de todos
os crimes cometidos! [?]

Igreja, dizimo
padre, reza
pra tentar lavar a alma.
Mas a sujeira,
incrustada, petrificada
não sai,
não se leva!

Nada para
o tiro disparado,
a palavra proferida,
o tapa que corta.
Nada faz o tempo,
ou uma vida,
voltar!



À uma parte de minha descendência, que de nada me orgulha. Muito pelo contrário.
Ontem me deu medo quando pensei oque eu poderia ter feito de minha vida,
num tempo não tão distante. Talvez por sorte olhei pro lado e ali sempre, 
eternamente haverá alguém me olhando!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

...

O nada
vira tudo
O tudo
vira nada.
Eu tenho
sei que tenho
o nada,
que vira tudo,
que vira nada.
Eu sou tudo,
mas sou nada
que novamente
vira tudo.
Nós somos tudo,
mas também somos nada.

Esquece...

Não somos nada,
Mas também somos
tudo!
Não temos nada
mas temos tudo!
Não somos nada
mas somos tudo!
Somos?
Temos?
Tenho todas
as dúvidas
que logo
viram certezas.
Tenho todas
as certezas,
que logo
viram todas dúvidas.
Temos o mundo
mas não temos
Nada.
Mas temos o mundo!
Isso tudo,
bem lá no fundo,
é algo muito claro!


É uma das coisas mais loucas que eu escrevi, mas uma das coisas mais claras. Ao menos pra mim.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Meu exército!!!

Por que
não chega agora,
trazida pelo
quente vento
da tarde,
você?

Fazendo
com que o mesmo
vento, leve
toda
a distância
que nos separa
nestes
breves minutos.

Faça-me
uma surpresa.
Aproveite
minha viagem
pra dentro
de mim mesmo.
Aproxime-se
de mansinho,
me provocando
um arrepio na nuca
e um alívio
pra alma.

A maior da guerras
é aquela
onde o inimigo,
o companheiro,
o combate,
a derrota
e a vitória
são a mesma
coisa, a mesma
pessoa.

Mas pra mim
vencer,
preciso de ti.
Meu exército
não é de apenas
um homem.


Escrito na ultima folha de um livro de Sciliar, chamado 'o exército de um homem só'.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Companheiro de Bordo

Minha vida
é um barco
a vela,
e a motor
também

O leme,
vezes guio
O vento
vezes leva
Por caminhos,
que em meu
próprio mapa,
desenho.

Vezes,
birutas da vida
indicam
o caminho.

Vezes me vejo
à deriva,
sem vento
nem força
outra qualquer.

Já me vi
em tempestades,
redemoinhos
girando a esmo
apontando
qualquer rumo.

Mas o tempo,
velho companheiro
de bordo,
em seus dois sentidos
me traz de volta
ao rumo.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Aos Gritos

Grito quem sou
No meu cabelo rebelde
Na minha cara amarrada
No meu olhar sarcástico
mau humor.

Grito minha existência
Rindo na cara
da mesmice
Dos ideais [ou falta deles]
tolos que vejo
do outro lado da rua.

Aos berros
afirmo o que sou
Mantendo-me na contra mão
Guiando meu próprio carro
pela minha própria estrada.

Arrebento minhas cordas vocais
Sendo exatamente quem quero ser.
Pela enésima vez
insisto, afirmo
Resisto.
Meu sono depende disto!


Escrito em papel, enquanto, olhando a minha volta, nada via,
apesar de tanta gente. Cada dia parece que mais 'torto' sou,
mas se 'certo' é ser como as pessoas que vejo, minha
vida será uma eterna curva!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Grito

Há sempre o medo
da pagina em branco.
Mas se algo foi escrito
porque ter medo
de de escrever a próxima palavra?


A duvida esta presente
em tudo.
Na mente, 
no ócio
na noite e no dia


Pra alcançar a certeza,
a dúvida pode ajudar.
Baseada no simples
no sincero, no terno
no silencio.


O caminho teve pedras
Mas tudo serviu pra reafirmar
os valores e as ambições.
Dos dois lados!
Como faca de dois gumes,
uma ida e uma volta!


Saiba que tudo oque quero
se resume aos meus gestos
ao meu sorrisso.
Tudo oque quero tem endereço
e eu conheço esse endereço.
Conheço esse lugar, sei aonde ir,
como chegar, já cheguei
e fui bem vindo 


Eu vou estar!
Eu consigo ver.
Pois não tenho medo,
não vou fujir
e muito menos
me esconder.









sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Continuam

A chuva vem
a chuva vai
e o céu continua lindo!


Tomando o tempo
e cegando as vistas
os problemas aparecem 
mas o céu, 
continua lindo!


Continuam lindos,
o céu, a lua
o fim de tarde
Mesmo pulsando nas veias 
estresse, a preocupação
Mesmo o tempo se tornando inimigo.


As incertezas afligem
O medo do futuro,
os alicerces de papel,
arrancam os cabelos, 
mas o céu ainda
continua lindo!


O marasmo,
a falta de um programa
o tédio, 
o inferno de um dia que não passa
fazem a loucura parecer uma amiga.
mas o céu, a lua, o mar...


A solidão,
cortando a carne.
os sonhos que não chegam,
os planos que demoram,
corroem.
Mas o céu, as estrelas,
o nascer, o pôr,
o vento, a magia do silêncio
teu olhar, teu sorriso
continuam...




Gosto da minha capacidade de ver beleza nas coisas simples,
essa característica quero levar comigo até o fim do mundo! 


Foto tirada de um pôr-do-sol no 'Fim do Mundo' num fim de tarde lindo, tanto pela
beleza do céu como das palavras e gestos.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Conselho

Abra os olhos
sonhar é bom,
Mas abra os olhos.
Enfrente o mundo
Aceite, e mude-o aos poucos.

Releve alguns detalhes
pra alcançar um bem maior.
Nem tudo é sol e praia
Mas quase tudo tem uma beleza.

Simplifique,
o mundo é grande
não pode ser abraçado.
Mas abrace a maior
parte que conseguir.

O lado bom,
esse é o segredo,
acredito.
Sempre busque
o lado bom.

O que te corroe
talvez seja
apenas sua cabeça.
O lobo talvez faz
abrigo em sua cabeça.
Ela não existe
Não passa de um sonho!

Acredito que postar isso vai ser bastante complicado pra mim. Talvez
vá render muita discussão mas eu preciso posta-lo. Fiz esse texto pensando
em dois grandes amigos meu. Grandes mesmo! Sei que posso posta-lo
por conhece-los. E sei que eles passam por um momento tenso em suas
vidas. Talvez isso os ajude. Ou não. Mas eu me sinto bem em postar 
em pensar e escrever algo que talvez faça bem a eles. Conselho se 
fosse bom vendia-se, é o que dizem. Não precisem seguir oque eu digo,
mas eu digo mesmo assim.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Escrito nos Olhares

Encontro marcados
desmarcados
encontrados sem querer
Noites estranhas,
que surgem 
pra bagunçar tudo 
e depois reconstruir.

Olhares perdidos
Achados, 
na calada da noite.
Olhares,
encontrados cruzando a rua.

Uma escolha muda tudo
um olhar muda tudo,
um desvio,
um ato coragem.
Um detalhe muda o mundo

E baby,
não há como fugir!
Nem mentir
Leia em meus olhos
Sinta na minha boca.

Uma mergulho
sem noção, sem razão
Deu inicio  
ao que eu não quero
que tenha fim.


Acho incrível como uma escolha, por menor que seja pode mudar
o rumo de uma vida! A minha mudou em uma noite, e hoje agradeço
ao que quer que seja que me fez descer aquela rua, mergulhar
pra um mundo que eu nem sabia que existia. Mas meus olhos não
me enganam, e no fundo, eu sabia oque me esperava.








domingo, 9 de janeiro de 2011

Questão de Tempo

Eu queria um minuto
um olhar
um beijo
uma conversa.

Num estalar de dedos
queria você aqui.
Sentir teu calor
tua pele

É salgado 
o gosto da distância
da saudade.

Hoje precisaria ir além
dos pensamentos
e sonhos.
Precisaria sentir
como uma lâmina
tua presença 
ao meu lado.

Mas sei que logo ali,
depois da curva
vou te encontrar.
Pra sanar de vez
minhas loucuras.
É uma questão de tempo.


Há dias que as horas não passam, se arrastam e angustiam. Mas nesses dias
eu percebo que estou alcançando uma das capacidades que considero mais
importante pra que eu alcance a felicidade: respeitar o tempo. É difícil, 
mas pra que a lucidez seja mantida é imprescindível respeita-lo, pois 
muitas vezes o caminho já esta traçado e sendo seguido, basta esperar.
Esperar a semana que vem, o dia que vem, a hora que vem...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Palavras e Rótulos

Há palavras
que não precisam ser ditas.
Rótulos que não precisam
ser colocados.
Sentimentos que não
precisam ser rotulados.

Um olhar pode dizer muito.
Um gesto talvez ainda mais.
Um beijo inesperado
No fim do mundo
pode guinar uma vida.

É tão bom se permitir ver
o brilho dos olhos,
um sorriso sincero, 
sentir calor do abraço,
um arrepio por um carinho.

Sinto que hoje, 
sei um pouco mais de mim.
Sinto que a vida
está para alcançar
a luz no fim do túnel.

E as palavras
se misturam ao silêncio
Ditas ou não
Não importa!

E os rótulos,
que fiquem pras geléias.
Pois isto é muito maior
Não cabe um uma palavra!




sábado, 1 de janeiro de 2011

Descoberta

Um lance de pele
o olhar, longe,
mas perto,
ali do lado, na cama
mas também
aqui dentro.

O tempo não
sei se passa
ou se passou.
A hora já foi,
ou ainda
estamos na metade?

Uma onda que chega
envolve, toma tudo
Deixa tudo virado,
mas dela não se quer sair!

Parece uma fuga
Um parênteses do mundo.
Que a vida seja assim
pra sempre, ou até amanha.
Pois fora isso, não sei mais
oque vale a pena!

Uma semana atípica em minha vida, não sei se o hoje virou amanha,
se o ontem não é mais hoje, se a hora passou ou ainda está na metade, e 
no meio dessa tranquilidade e falta de preocupação descubro, no interior
do sudoeste do paraná, oque talvez seja imprecindível em minha vida
daqui pra frete. Ou não. Só o tempo dirá... 

domingo, 26 de dezembro de 2010

Primeiro Frio de Verão

No calor da tarde
No vento da noite
No silêncio da falta de assunto.

Entre um dia e outro
Um piscar de olhos
e um bocejo
Entre uma manha e uma tarde.

Na intensidade de uma festa
No calor de uma discussão
Durante um fechar de olhos
Durante um olhar no horizonte

O tempo todo, todo o tempo.
Não há como fugir.
Esta por toda a parte.
Em tudo oque olho
Em tudo oque penso.
É novo, único
Causa medo.

É um sentimento estranho
não ouso rotula-lo.
Mas tão certo como o sol
que agora ilumina o outro lado do mundo 
esse sentimento está aqui. 
Guardado, alimentado.
Trazendo paz e conforto.




De Olhos Fechados

Fecho os olhos
e penso em tanta coisa.
Penso em poesias,
imagino uma vida,
outra vida,
feita já.

Fecho os olhos
Não consigo dormir
Imagino o inimaginável.
Subo e desço do céu.

Fecho os olhos
Formulo teorias
Filosofo com o escuro
Com o vazio

Fecho os olhos e alcanço
a perfeição
Aqui, na minha frente
Abraço a perfeição.

Enfim, abro os olhos
Dos meus sonhos,
uma breve lembrança
que ajudam a escrever
a realidade!


Não tenho a mínima idéia do porque que escrevi esse texto,
não tive nenhuma intenção não sei o que quis dizer, ele 
simplesmente veio, assim como tantas coisas vem e vão
em nossas vidas! Talvez ele devesse ser deixado no meu 
caderno (primeiro texto que escrevo em papel) pra eu lê-lo 
daqui uns meses e muda-lo, ou acrescentar algo que falta.
Mas a idéia de um texto cru, espontâneo me agrada!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

SMS

As vezes me falta um pedaço
Vejo as pessoas passando
aleatórias, alienadas.
É tão estranho!
São todas tão iguais.
As mesmas maquilagens
os mesmos vestidos
os mesmos topetes e gravatas.
Escondendo rostos e corpos.

Eu paro, olho, penso
me vêm uma certeza
Sentar e sentir
o peso do teu corpo
no meu colo,
tua cabeça deitada
no meu ombro,
olhando pro alto,
buscando estrelas,
procurando uma cadente,
sonhando...
Me faz sentir completo
e satisfeito por
ter talvez encontrado o caminho!

Esse pobre coração
simples e sincero
quer apenas isso!
A simplicidade
aliada a liberdade de
de ser quem ele é.
Sem medo de nada
Temendo apenas
se perder do caminho.

Escrito no meio de uma festa, assistindo de camarote toda a
futilidadepassando, indo, vindo e cada vez mais me fazendo
ver o quão bom é encontrar a felicidade em coisas simples. 
O quanto satisfaz ter a capacidade de se sentir completo mesmo 
não tendo tudo o que muitos consideram indispensável. O texto 
foi escrito no editor de SMS do meu celular sem teclado. Já li textos
 infinitamente melhores, e acredito já ter escrito alguns melhores
também. Porém no dia de hoje ele traduz muito de quem eu sou e 
do que eu penso!


domingo, 21 de novembro de 2010

Fantasmas!

Fantasmas voam
Entram e saem,
Gritam, adormecem
e acordam.
Me dão bom dia,
As vezes me esquecem.
Distraem-se, ou apenas
riam da minha cara de idiota!
Sentado em bolhas no ar
Ao sabor do vento
Soprado por ti!

Mão unica?
Voo solo?
Não sei, não espero
Não penso, não planejo
Apenas sigo
Pra algum lugar.
Talvez eu sei aonde
Mas não sei como chegar!
Talvez fantasmas
Apontem o caminho
E tornem a rir
Das tormentas
Criadas por mim mesmo!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Aperto de Mãos

Pela janela deste quarto
outros quartos
onde nunca estive
Abro meus olhos
e nada aqui
parece meu

Conto os dias
só não sei pra quê
Na janela,
nem o sol, nem a chuva
Só o reflexo,
um retrato amarelado
De um tempo
que já não tenho na memoria

No quarto ao lado
ouço vozes
Vejo alguém,
Uma pessoa,
não sei quem
Ela enche meu copo
Eu bebo e sinto as dores
A cicuta me corroí
Mas ainda assim
nadarei contra a corrente!
Pois dessa vida,
sinuosa serpente
quero todos os pecados

E noutros copos
me encontro
noutros quartos
me perco
entre cortinas de fumaça
e janelas inventadas
Enxergo os passos que não dei
gestos que não ousei
bocas que não beijei
caminho que ainda,
ainda, não seguirei

Te conto um segredo,
uma vida toda,
numa simples frase.
Pois tudo é muito simples
Tudo é quase nada
Tudo é bem pouco,
bem menos que todos pensam
bem menos
oque muitos querem!



A felicidade nunca vêm sozinha, nunca é alcançada a sós. Somos humanos, dependentes seres sociais! As relações com  pessoas determinam muito na vida dessas pessoas. Quando encontramos pessoas que têm uma visão parecida com a nossa, gostos iguais, ideais e valores semelhantes temos que dar valor, porque é raro! Eu tenho alguns nomes em minha vida que fazem a diferença. Um deles é meu caro amigo Thiago, uma pessoa que luta todo o dia pra não deixar passar despercebido os detalhes da vida, pois é deles que se extrai a felicidade! Esse texto foi rabiscado em parceria com meu caro amigo Thiago, capullo, porém de alma nobre e coração grande, capaz de abraçar a todos e sorver de cada um uma experiência unica! O texto fala por si só...