segunda-feira, 21 de maio de 2012


As vezes olho
a parede branca
de meu quarto.
Só olho,
sem ver nada.
Sem ver os rabiscos
sem ver minha infância.

Outras, apago a luz
e  "não olho"
a luz azul
do eletrônico.

Letras, as vezes
passam diante
de meus olhos.
E passam,
infelizmente apenas
passam.

Noutras vezes caio
ou me jogo
Lá de cima,
do alto de  meu
castelo

Caio,
em cima das sapatas,
sem alpargatas
ou guarda-chuvas

Me esborracho,
Sem borracha
pras novas linhas.

Na verdade
nem caio nada,
apenas olho
sem ver nada
a invernada
que não deixa
a grama crescer.


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Quais?

Pra onde mirram seus olhos?
Quais luzes
refletem em suas retinas?
Quais, ao espelho
reluzem?

Em quais tapetes
escondes seu pó?
Em quais cantos
guardas suas memórias?

Quais ecos ressoam
nas paredes de seu quarto?
Quais gritos descansam
na cartilagem de seus ouvidos?

Quais sonhos
se perdem no escuro?
Nas costas de suas pálpebras,
quais figuras figuram?

Quais mundos surgem
no final da subida?
Qual a altura do tombo?
da queda?

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Óculos


Minhas palavras,
são sempre de última hora
sem massa corrida
ou tinta fresca

Da mesma forma
minha idéias,
evasivas ou concretas
Sempre de última hora
Aparecendo e sumindo
na lente do meu óculos
a cada segundo



Impressão de que falta algns estrofes. Mas nada nunca (ou quase nunca) está 
completo e terminado, então vai assim mesmo, porta meia aberta caminho 
meio traçado!

domingo, 8 de abril de 2012

Metade

Abrir a porta de casa
Não traz a certeza
da chegada de alguém

Trilhar caminhos no mapa,
não garante a viagem

Dormir e sonhar
um mundo colorido
Não faz pintar com cores
o caderno de colorir

Querer dar um passo
Não gasta a sola do sapato
É só a metade,
um lado.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Nada não

Não é loteria
ou um jogo de cartas
bingo ou dados

Também não é estrada
com meio e fim
Rígida, vigiada

Não é música
nem teatro
Muito menos poesia

Não é samba,
nem rock
Nem perfume
nem mau cheiro.

Nem brisa
nem vento
Não é tudo
Não é nada.
Não é.
Nada.
Não.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Escuro

Ventos apocalíticos
Saindo das minhas [grandes] orelhas
Vindo do centro do céu
da janela do carro
ou da hélice do ventilador

Não sei de onde tudo vêm
nem pra onde vai
Mas ventam de todos os lugares
Pra todos os horizontes
Visíveis ou não

Ouço uma palavra doce
Sinto um tapa na fuça
Minha mão sendo agarrada
e levada pra janela

Curto os segundos
o vento na cara...
Vindo do chão
Reto
Resistindo inutilmente
Como um prêmio
pela coragem

Curto a demora dos segundos
passando como horas
Curto a viagem de alguns metros
que parecem  quilômetros
Infinitos
Como uma condenação
pela covardia

Escuro
Tá tudo escuro!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Ainda

Ainda
sinto teu cheiro
em meu travesseiro

Ainda sinto
teu olhar
apontando a mim
quando entro na sala
nesta ou naquela.

Ainda
os mesmos medos
aparecendo
na soturna escuridão

Em meio a copos
de barata bebida
Ainda as mesmas certezas
belezas cinzas
Ainda...


Meu time inicia este ano com os mesmos jogadores do ano passado.
Todos dizem que este é o melhor reforço do meu time. Da mesma
forma, eu inicio este ano da mesma forma que ano passado. Meu time,
foi teve pedras no caminho mas foi campeão no final. Da mesma forma,
foi meu ano, com pedras, fantasmas e fumaça, mas no fim do ano,
fui "campão". Este ano, espero retirar as pedras e tudo mais e voltar
a ser "campeão". Feliz 2012! Digo isso sabendo que a felicidade não
depende dos meus votos ou dos de quem quer que seja, mas sim de nós
mesmo, até na pior das hipóteses! É o que penso eu e alguns personagens
de alguns bons livros que li ultimamente: Jean Valjean e Wilde (sim, Wilde
não é personagem, mas é como se fosse).  

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Vazio

Tantas imagens
Sons e pensamentos
Embaralhando os olhos
que nada vêem.

Tantos mundos
sonhos, estradas
Vozes
Que nada me dizem
Nem um sinal
Nenhuma direção.
Nenhum abraço

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ampulheta

Viro a ampulheta
e brincando comigo
Teima em não cair
a areia.

Por vezes
cai tão depressa
E não vejo 
oque Ela impressa 
em seus olhos
cor de mel

Inconstantemente
a areia para, tranca
Como se as âmbulas
estivessem obstruídas.
Por um olhar, 
por um segundo
Por uma visão
por um milhão.

E então
Eu corro ou ando
ao sabor dos sentidos
percepção.
Acelero ou freio

Com minhas
Ampulhetas e clepsidras
Água e Areia.
Números e ponteiros
Sombras e Sois
Carregadas,
Guardadas em meus bolsos
A qualquer tempo
A qualquer velocidade!

sábado, 5 de novembro de 2011

Cavas

Som,
Cor
Cheiro,
Delicadeza
Amor,
Admiração
Simplicidade,
Leveza,
Humanidade
[...]
Não deveriam,
Em brancas
folhas de papel
ou arquivos
TEXISTE
Ser apenas
devaneios
Ou palavras
cavas.

domingo, 25 de setembro de 2011

Fechar de olhos

Não sei se vale a pena
gastar a ponta do meu lápis
escrevendo o que
penso as vezes.


Sentimento estranho,
indescritível.
Fragilidade e força,
juntos, 
no mesmo batimento.

Direto,
não queria sempre ser.
Mas em minha testa
está sempre pintado
o que deveria esconder.

Me pego as vezes
com medo disto,
e do mundo e de tudo.
Medo da próxima palavra,
da próxima ponta de lápis
do próximo abismo,
do próximo fechar de olhos...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Pinta

Pintou um pinta,
com uma pinta incrível
pintando sua vida
com cores mais vivas
e humanas

Pintando um mundo
com otimismo
Oferecendo a mão
e o braço também.
Salvação.

Ei pinta,
pintamos mesmas idéias
ideais e otimismo.
Afinal, nada é assim
tão ruim.

Então, pinta
pegue a sua mina
que pego a minha
Nossos ouros
e diamantes
Pra pintarmos
um mundo mais feliz.
e Humano!!


Levo de Porto Alegre um coração mais alegre e mais 
esperançoso, que ainda crê que um mundo melhor se constrói
com pequenas ações. Ampliando meus horizontes, tenho cada
vez mais certeza que tenho muito (quase tudo) do que preciso 
pra ser feliz, talvez precise retirar algumas vírgulas e vícios [de
linguagem ou não] pra alcançar tudo oque sempre sonhei. Mas
o caminho já está trilhado!!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ao Fim de Tudo

Não quero perceber
no leito de minha morte
que não vivi
entre todos meu dias
um minuto sequer.

Dos teus olhos
quero levar o afago
Deixar as lágrimas
e a fumaça que
turva nosso caminho.

Na minha estante
quero deixar as imagens
e símbolos de tudo
oque acredito.
Pra que talvez alguém
mais ou menos louco
continue...

Meus sonhos
que se transformem
em objetivos
Meu otimismo
em realidade.

E no fim de tudo,
que exista um sorriso
e que como um pote de ouro
no fim do arco-íris,
eu encontre-o
pra carregar comigo
como o maior dos tesouros.


Quando escolhi o título eu pensei, mas existe fim de tudo? 
Existe fim? Será que quando eu morrer será o fim? O meu fim,
é evidente, mas eu sou tão importante assim pra afirmar que
quando EU morrer será o fim de tudo? Acredito que eu tenho 
uma fórmula da eternidade, mas ela não depende apenas de
mim...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Mundo de Sofia

Maldito foi o dia
que entre um clarão
e uma forte escuridão.
Li, do meu primeiro livro
sua primeira linha.

Péssima decisão!
Me fez pensar,
confrontar,
enxergar além
de minha própria
máscara.

Se eu soubesse
que puto dia foi este
em todos seus aniversários
me vestiria de luto.

Afinal, sentar
em frente a tudo,
sempre foi a escolha de todos.
E quem sou eu pra
mudar o mundo??

Sofia, teu mundo
não passa de ilusão,
filosofia.
Não quero que o meu
não passe de sonho,
teoria, ideologia...

Será preciso sacrificar
minha felicidade
por querer e buscar
o bem?


Ironia: expressão ou gesto que dá a entender, em determinado contexto, o contrário ou algo diferente do que significa. Sempre fui irônico. Este poema nada mais é que uma ironia, pois oque quero dizer não cabe em versos. Mal cabe nas palavras. Eu sempre usei metáforas e comparações, além de tentar deixar tudo claro. Mas o que vivo as vezes me pede pra nada fazer, e deixar o mundo ser guiado por qualquer coisa que seja, boa ou má. Contrapondo tudo isto está minha consciência, as minhas idéias, tudo oque aprendi nos livros e nas conversas com as boas pessoas que me envolvem. Será que precisarei fazer uma reformulação em tudo oque penso e ser mais um entre todos? Ou devo ser eu mesmo mas pagando um preço muito alto por isto? Me vejo entre uma fogueira, na qual meus livros, meus cadernos de poemas, meus textos e até uma parte de mim está prestes a ser jogada e entre um lago negro e frio onde eu me vejo prestes a cair nú, tendo que nadar até seu outro lado. No céu, nada vejo. Venha me salvar?! Venha voando, podemos pegar tudo oque a nós pertence e voar. Se alguma coisa nos encher o saco, de lá podemos jogar ao chão. Mas venha...









Buraco Negro

Nunca entendi
um buraco negro
como o ar se move
nem os limites do universo.

Não quero saber
porque lagrimas são salgadas
nem porque
o fim do mundo
é tao perto daqui.

Não sei o porque
do inverno da alma
nem a existência
de correntes
que amarram os pés.

Sei muito pouco
ou quase nada.
E sinceramente
gostaria de não pensar
em nada disto.
As vezes.


Têm dias e situações que nos fazem pensar que seria 
muito bom em nada pensar. As vezes, tudo o que eu
gostaria era me deixar levar, pra onde quer que qualquer
vento sopre. Pensar é uma arma, que pode ser destrutiva ou
auto-destrutiva. Mas o que é melhor (ou menos pior?)
pensar e buscar respostas pra tudo ou se fechar frente
ao que nos confronta e não sair da nossa 'zona de conforto'?
Pago um preço muito auto por querer sempre ter as respostas. 


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Quebra-Cabeças

Tenho medo
que meus medos
sejam reais.
Ao invés de loucas
alucinações de um sono
quase chegando.

Não sou um
quebra-cabeças!
Mas queria ser.
Ou em mil pedaços
ao menos, me fazer.

Não tenho medo do mundo
nem do muro que pode
estar entre nós.
Sempre fui o senhor de mim
e quem sopra os ventos
que batem em minhas velas,

Mas,

Batem à minha velas
todo o tipo de vento.
Passam em minha rua
os carros mais coloridos.
[e os cinzas também]
Em minha mente,
há os medos mais
amedrontadores.

sábado, 6 de agosto de 2011

Moinhos de Papel

E quando o papel
não aceitar
toda e qualquer
coisa?

E se o espelho
teimar em não refletir
a cara que frente a ele se
coloca?

E se na mesma cena,
estrada, segundo
todas as idéias
ou todos os vazios
se encontrarem?

Saiba,
que os moinhos de vento
não são monstros.

Eles mal existem
mal são de papel.
Nem entre
terra e céu,
mal e bem
São maiores
que a menor das força
que sei que tens!


Nada pode/deve ser maior que o autocontrole, que a mente livre,
que a liberdade de se pensar ,fazer, querer, viver da forma que
se quiser. Tendo como unica necessidade oque realmente 
se faz necessário. Sem máscaras nem monstros que deveras são 
menores que um grão de areia ou menores que o existente.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Roda Gigante

As mesma ruas
os mesmos lugares
estórias iguais,
piadas sem graça.

O mesmo outdoor
com a mesma propaganda
em cores diferentes.

A mesma vida
Os mesmos sorrisos
que mostram
dentes diferentes.

A mesma alegria
em outra estação
A mesma poesia.
Roda Gigante!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Turbilhão

A noite chega
e o mundo para
Em meu quarto vago,
perdido entre lençois
Assito a tudo que passa
sem nada enxergar.

Enquanto tudo é cor
a névoa se mostra mais cinza
o céu mais turvo
a lua menos nítida
o escuro mais negro.

A faca numa mão
o afago noutra.
O relogio num pulso
em outro a algema.
Esperança nas palavras,
descrença nas lágrimas.
Uma passagem sob a mesa
E na cabeça, tudo!
Menos o destino.

O medo corroendo.
A fragilidade
expondo a carne.
A vida frente ao destino.
Uma cartada, um tiro.
Penalidade máxima!
Ultimo lance,
Golpe final.